Pererecas-de-vidro vivem em florestas da Amazônia e da Mata Atlântica. Essa característica não é apenas estética, serve também como mecanismo de defesa.
Já ouviu falar das pererecas-de-vidro? Não têm nada a ver com brinquedos ou peças de decoração, são anfíbios reais que vivem na Amazônia. Pequenas e quase invisíveis, elas exibem uma característica impressionante: possuem pele tão fina que é possível ver os órgãos internos, incluindo o coração pulsando.
A pele transparente é resultado da falta de pigmentos e da epiderme muito fina.Essa característica não é apenas estética, serve também como mecanismos de defesa. Elas conseguem se esconder nas folhas, ficando quase “invisível”, principalmente considerando que a maioria das espécies não passa do tamanho de uma unha.
Apesar de pequenas, seus sons são potentes. A vocalização dos machos são tão agudas e, por estarem em posição elevada na vegetação, podem ser confundidas com sons de morcegos.
As pererecas-de-vidro vivem em florestas da Amazônia e da Mata Atlântica, com registros confirmados em Rondônia, segundo levantamento da bióloga herpetóloga Dra. Kaynara Delaix Zaqueo. As espécies registradas no estado são:
Hyalinobatrachium munozorum (Lynch e Duellman, 1973) – Encontrada em Porto Velho
Teratohyla midas (Lynch & Duellman, 1973) – Encontrada em Porto Velho
Vitreorana ritae (Lutz, 1952) – Encontrada em Porto Velho
Teratohyla adenocheira (Harvey & Noonan, 2005) – Encontrada em Campo Novo de Rondônia
Elas são arborícolas (vivem em árvores) e dependem de matas ciliares — vegetação que cresce nas margens de rios e lagos — para se reproduzir.
Os girinos vivem no ambiente aquático até a metamorfose. Na fase adulta, tornam-se terrestres e se alimentam de insetos e pequenos invertebrados.
Em algumas espécies, os machos protegem os ovos, evitando predadores e o ressecamento.
Essas espécies enfrentam os mesmos riscos que outros anfíbios, com destaque para:
Destruição de habitat, principalmente das matas ciliares
Contaminação de solos e rios por agrotóxicos
Alta permeabilidade da pele, que facilita a absorção de poluentes
Mesmo com a grande variedade de espécies da família Centrolenidae na Amazônia, em Rondônia ainda há poucos registros. Elas quase não aparecem nos levantamentos de herpetofauna — conjunto de répteis e anfíbios de uma região.
Adaptado da fonte:https://g1.globo.com/ro/rondonia/pele-transparente-e-coracao-a-mostra-conheca-a-perereca-de-vidro.ghtml
Data: 27/09/2025